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Fosfato em lagos: Saiba o que essa molécula pode fazer na água do lago

fosfato em lagos

Os nomes das moléculas que figuram o topo no rol das que contribuem para que o lago fique “sujo” certamente são: fosfato, nitrito, nitrato e carbono. Existem outras moléculas que são menos conhecidas como, por exemplo, o tanino que deixa a água com uma coloração escurecida como a do rio Negro, um afluente do Rio Amazonas. Hoje, daremos uma atenção em especial à molécula de fosfato em lagos.

O fosfato e a proliferação de algas em macrófitas

O fosfato, quando presente na água em grandes concentrações, é o principal responsável por causar um desequilíbrio biológico chamado de eutrofização. Desta forma, o fosfato acaba tornando-se “alimento” para a flora aquática causando uma exagerada proliferação tanto das algas microscópicas unicelulares – que tornam a coluna d´água do lago esverdeada – quanto das macrófitas – que são as plantas adaptadas na superfície da água como, por exemplo, a taboa, vitória-régia, alface d´água, aguapé, etc.

A proliferação das macrófitas é simples de resolver, apenas removendo alguns exemplares manualmente. Entretanto, a proliferação das algas unicelulares irá diminuir a concentração de oxigênio durante a noite, quando as algas inspiram oxigênio e expiram gás carbônico (fase escura da fotossíntese), assim como os peixes. Desta forma, é necessário entender um pouco sobre o ciclo do fósforo para evitar essa eutrofização e manter o lago bonito e saudável.

A molécula do fosfato

A molécula de fosfato (PO4-2) possui o elemento químico fósforo (P) o qual reage muito facilmente com os demais elementos e, por isso, o P não é encontrado naturalmente isolado. Em ecossistemas aquáticos, o PO4-2 é a molécula mais encontrada contendo fósforo. Sua origem é inorgânica através do intemperismo das rochas, isto é, pela sua degradação. Em seguida, o PO42 presente na água é absorvido pelas plantas e algas para o seu crescimento.

O fósforo é utilizado no DNA das células

No interior das plantas e algas, o P é utilizado para o desenvolvimento da membrana plasmática, que consiste de uma camada fosfolipídica que envolve as células (e, posteriormente, na membrana plasmática dos animais que consomem as plantas e algas). Também, o P faz parte da fita de DNA das células e, no metabolismo de todos os organismos. O P está envolvido com a produção de uma molécula energética de sigla ATP (adenosina tri-fosfato). Desta forma, quando há morte de seres vivos em um corpo d´água ocorre a lise / quebra da membrana plasmática e liberação de P tanto pela membrana plasmática quanto pela lise do DNA e do ATP, devolvendo o P para a água que se torna em moléculas PO4-2 novamente.

Excesso de ração pode aumentar o fosfato

Outra forma de acúmulo de PO4-2 no lago é através da quantidade e qualidade da ração oferecida aos peixes. Como as rações possuem P em sua composição, nem todo P é absorvido pelo intestino dos peixes e parte dele é excretado nas fezes. Por isso, é importante que ao alimentar não sobre nenhuma ração e que ela seja consumida em até 15 minutos. A qualidade da ração também é de fundamental importância. Utilize sempre rações especiais para lagos ornamentais que irão ajudar no controle do fosfato na água.

Além disso, é esperado que num lago com grande densidade de peixes, como em pisciculturas, haja uma grande quantidade de PO4-2 na água após certo tempo ou perto da despesca. Com isso, água torna-se aos poucos amarronzada e o fundo com bastante lodo, que é o acúmulo das fezes dos peixes. Neste caso, uma adequada movimentação na água impedirá que essas partículas se sedimentem no fundo do lago e sejam enviadas para o sistema de filtragem.

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