Proteína na ração de carpas e peixes ornamentais

As proteínas são macromoléculas complexas composta por aminoácidos. Elas formam a maior parte do organismo pois estão presentes em todas as células que o compõe. Conhecer a quantidade de proteína na ração, para cada fase de crescimento do peixe, pode ajudar na escolha certa o alimento para os seus peixes.

As proteínas têm um papel muito importante nos processos biológicos. Existem alguns tipos de proteínas que exercem funções fundamentais no organismo, são elas:

• Proteínas catalisadoras: são as enzimas;
• Proteínas transportadoras: responsáveis pelo transporte de moléculas;
• Proteínas estruturais: sustentam os tecidos do organismo;
• Proteínas reguladoras: são os hormônios;
• Proteínas de defesa: os anticorpos que atuam no sistema imunológico;
• Proteínas contráteis: controlam as contrações dos músculos.

Para saber o teor de proteína que o alimento possui, medimos o teor de nitrogênio presente em uma amostra. Geralmente isso é feito pelo método de Kjeldahl.

Proteínas são nutrientes muito importantes pois estão ligados diretamente ao crescimento e desenvolvimento dos organismos animais por isso estão presentes em altos níveis na composição das rações para carpas. Elas são constituídas de aminoácidos que são moléculas orgânicas indispensáveis para sua formação. Possuem Carbono (C), Hidrogênio (H), Grupo Carboxila (COOH), e Amina (NH₂).

Os aminoácidos podem ser essenciais e não essenciais. Não essenciais são os que o organismo consegue sintetizar sozinho. E os essenciais são os que não são produzidos pelo organismo, eles são adquiridos através da alimentação. Os principais aminoácidos essenciais que são exigidos pelos animais monogástricos, dentre eles os peixes, são: arginina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina.

A quantidade de proteína ideal na ração para peixes

Nos peixes, 65% a 75% do peso total é proteína. Os animais aquáticos possuem necessidades proteicas mais elevadas em relação aos outros animais, para os peixes carnívoros é maior ainda. Ela está diretamente ligada a crescimento, desenvolvimento, reprodução, composição corporal, ou seja, na maioria das funções biológicas dos peixes.

Cada fase de criação do peixe possui uma exigência nutricional diferente. Sempre é importante verificar a exigência para que não seja oferecida para os peixes uma quantidade de proteína a mais do que necessária para determinada fase.

Conforme os peixes crescem e vão ficando adultos, a necessidade de consumir proteínas diminui. Estudos mostram que a porcentagem de proteína na alimentação de peixes varia de acordo com fase de criação, espécie do peixe e sistema de criação. Mas geralmente é a seguinte:

• 45% de proteína na fase larval dos peixes;
• 30% a 40% de proteína para os alevinos e juvenis;
• 20% a 25% de proteína para peixes adultos.

Na digestão da proteína ocorre a liberação de aminoácidos e peptídeos. Eles são absorvidos no intestino e a corrente sanguínea distribui para os outros órgãos que irão produzir novas proteínas. Essas novas proteínas irão atuar no desenvolvimento dos peixes, reparação dos tecidos e reprodução.

A qualidade protéica

É fundamental que seja fornecido para os peixes a quantidade de proteína na ração adequada e que ela seja de boa qualidade. A qualidade proteica é definida de acordo com a digestibilidade e aminoácidos essenciais que ela contém. Isso é importante porque a proteína que não for digerida será excretado. Isso influencia muito no crescimento e desenvolvimento dos peixes por causa absorção dos nutrientes. Também afeta a qualidade da água pois é o que determina as excretas de nitrogênio e amônia que serão liberadas, ou seja, a poluição que terá no ambiente.

Na nutrição animal existe a proteína ideal, que é um balanceamento de aminoácidos, sem exceder e nem faltar de acordo com as exigências dos peixes para a manutenção e crescimento. Para isso, esta sendo muito utilizada a lisina como aminoácido de referencia para ver sua proporção em relação aos outros aminoácidos essenciais e para atender as exigências de manutenção dos peixes. Com a lisina, a formulação da ração fica mais simples, pois permite a adequação da quantidade de aminoácidos sintéticos. Tendo assim, uma dieta com menos proteína, melhorando o desempenho e diminuindo custos e excretas liberadas na água.

Algumas fontes de proteína na ração para carpas

• Farelo de soja: é uma proteína de origem vegetal, possui alta digestibilidade, e um balanço de aminoácidos essenciais adequado, possui lisina e metionina.
• Farinha de peixe: é uma proteína de origem animal, possui alto valor nutritivo, alta palatabilidade, equilíbrio em aminoácidos essenciais, possui cálcio, fósforo e vitaminas lipo e hidrossolúveis.
• Farelos de canola: possui pouca proteína bruta e lisina, tem alto teor de fibra bruta, cálcio e fósforo.
• Leveduras de cerveja e álcool: alto teor de lisina e vitaminas do complexo B.

Referências

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