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6 dicas importantes para usar o ozônio em lagos ornamentais

A utilização do ozônio em lagos artificiais é uma das últimas tendências em filtragem de água. Os resultados obtidos são impressionantes, a água fica tão cristalina que, em alguns lagos mais fundos, chega a ficar azulada. 

Em contra partida, a sua instalação não é tão simples como parece. Em muitos casos mesmo com o ozônio funcionando os resultados na água não são tão evidentes. 

Para se conseguir um bom aproveitamento do gerador de ozônio para lagos ornamentais, separei alguma dicas interessantes que poderão ajudar nessa tarefa. 

1. Ozônio ou filtro UV. Qual o melhor para lagos?

Essa é uma dúvida que gera muita polêmica entre os laguistas amadores e os profissionais. Afinal, qual o melhor equipamento para se usar em um lago ornamental, o gerador de ozônio ou um filtro UV?

Ozônio para lagos

O filtro UV age de forma diferente do gerador de ozônio. O filtro UV altera o DNA das células impedindo que o microrganismo se reproduza. Já, o ozônio, oxida as moléculas e as “destroem”. Como os equipamentos agem de forma diferente, os resultados também são diferentes. Cada um tem as suas vantagens e desvantagens. 

Algas que deixam a água do lago verde

Para eliminar as algas que deixam a água verde, o filtro UV deve ser o equipamento escolhido. Ele tem uma eficiência muito grande e é praticamente resultado garantido na completa eliminação das algas verdes em suspensão. O ozônio também consegue eliminar, mas nem sempre o resultado é satisfatório em um primeiro momento. 

Deixar a água do lago mais transparente

Para se conseguir uma transparência espetacular na água do lago, o ideal é que o filtro UV e o ozônio trabalhem juntos. Novamente, caso venha escolher somente um dos equipamentos, o filtro UV é o mais indicado. Essa escolha é devida a sua facilidade de instalação e garantia de resultados de forma rápida.

O ozônio é um equipamento mais difícil de ser instalado corretamente no lago, exige acessórios para instalação e precisa ter o gás dissolvido corretamente na água do lago. Mesmo com o ozônio funcionando, nem sempre o resultado é visível, pois muitas vezes a mistura do gás ozônio não está sendo feita de forma eficiente na água. 

Remover o cheiro da água do lago

Um lago biologicamente equilibrado não deve ter cheiro rui. Mas nem sempre isso acontece. Muitas vezes sentimos um mal cheiro vindo do lago, principalmente em lagos que ficam dentro de casa onde existe menos ventilação. 

Para remoção do cheiro da água, o ozônio é o equipamento indicado. O filtro UV não tem eficiência na remoção de cheiros do lago. O ozônio consegue oxidar as moléculas causadores de mau cheiro de forma muito eficiente, deixando a água do lago sem nenhum odor ruim. 

Prevenir doenças nos peixes do lago

Ambos os equipamentos são adequados para essa função. Tanto o filtro UV quanto o ozônio conseguem eliminar vírus, bactérias, fungos e parasitas da água. É importante frisar que e os equipamentos irão agir de forma preventiva, ajudando a criar um ambiente mais “seguro” mas, em nenhum momento, irão eliminar doenças ou contaminações já existentes nos peixes. 

Deixar o lago com a água azul

Para conseguir um lago com a água azulada, o ozônio deve ser o equipamento escolhido. Essa coloração azulada só será possível em lagos com água extremamente limpa e transparente. Além de uma limpeza extrema, a profundidade do lago é importante. Quanto mais fundo o lago, maior o efeito de água azul. Recomendo uma profundidade mínima de 80cm para se conseguir um bom efeito azulado. 

2. O que é o venturi para ozônio?

O venturi é um acessório muito comum em instalações de ozônio em lagos ornamentais. Sua função é “puxar” o ozônio do gerador e misturar na água que passa por ele. 

Os venturis são encontrados com diferentes roscas para instalação. As mais comuns são de 3/4″ e de 1″. Alguns modelos maiores chegam a ter rosca de 1 1/2″. Certifique-se que o venturi utilizado é fabricado com materiais resistentes ao ozônio como o Kynar (PVDF) e o Viton. Venturis mais baratos, utilizados para irrigação, por exemplo, são fabricados de materiais que serão degradados pelo ozônio e não devem ser utilizados. 

A instalação do venturi deve ser feita na tubulação de água, preferencialmente em uma bomba com boa vazão e pressão. Sua instalação, apesar de ser simples, é cheia de detalhes que podem fazer o venturi funcionar ou não.

Se a bomba não tiver pressão suficiente, o venturi não será acionado e a sucção não acontecerá. Quanto mais conexões e equipamentos você tiver na tubulação que o venturi está instalado, maior a chance dele não funcionar. 

 

Para verificar se o venturi está funcionando, ligue a bomba e coloque o dedo em cima do bico de sucção do venturi. Você deverá perceber uma leve sucção do seu dedo. 

Internamente, o venturi é como se fosse um funil, ele diminui de diâmetro e logo na sequencia abre novamente. Essa redução no diâmetro faz com que a água aumente de velocidade, criando uma região de baixa pressão. Como a pressão nesse ponto é menor do que a pressão atmosférica, o ozônio é sugado e injetado na linha. 

Muitos casos, onde o ozônio parece não surtir efeito na qualidade da água, podem estar relacionados com a incorreta instalação do venturi. Além de ter certeza que o venturi está “puxando” o ozônio, sempre prolongue ao máximo a tubulação após o venturi. Isso aumentará o tempo de contato do ozônio na água, melhorando a sua absorção. 

Outra dica interessante é deixar a saída da mangueira ou tubulação no ponto mais fundo do lago. Dessa forma, o tempo de contato o gás ozônio também será maior até chegar na superfície. Lagos com “olhos d’água” que brotam do fundo, podem utilizar esses pontos específicos para soltar o ozônio. 

Um tipo de venturi bem interessante é o mini venturi. Esse tipo de venturi é instalado direto na puxada da bomba submersa, facilitando muito a sua instalação e funcionamento. Existem algumas bombas submersas que já possuem uma entrada de ar, principalmente as menores utilizadas em aquários. Com essas bombas, o ozônio pode ser instalado diretamente nessa entrada de ar, sem a necessidade de um venturi extra. 

3. Instalar o ozônio com venturi ou com um compressor de ar?

Outra forma muito comum e prática de se instalar o gerador de ozônio no lago é através de um compressor de ar. Somente alguns equipamentos de ozônio no mercado permitem a utilização com compressores de ar, já que devem ter uma entrada especial para essa finalidade. 

Para instalar o ozônio com um compressor de ar, basta ligar a saída do compressor na entrada de ar do gerador. A saída de ozônio deverá ser feita com uma pedra porosa, uma mangueira micro perfurada ou algum tipo de difusor que gere micro bolhas. Essa instalação é muito simples e segura. Um bom resultado se dará de acordo com a qualidade do equipamento na ponta da mangueira utilizada para criar micro bolhas. Quanto menor forem as bolhas geradas e mais fundo elas estiverem no lago, maior será a absorção do ozônio na água. 

A opção de se instalar o ozônio com o venturi ou com o compressor se dá de acordo com o projeto e facilidade de se ter as peças necessárias. Ambas as instalações podem funcionar bem. Veja aquela que se encaixa melhor no seu projeto e a que você terá mais facilidade em fazer. A instalação com venturi é normalmente mais desafiadora, mas requer um equipamento a menos ligado na energia elétrica. 

4. Para que serve a válvula de retenção?

Também conhecida como válvula anti retorno, a válvula de retenção é uma peça utilizada na mangueira que sai do gerador de ozônio para lagos. A sua função é evitar que a água do lago retorne pela mangueira e entre dentro do gerador. 

A água pode retornar pela mangueira do ozônio em algumas situações. A mais comum é quando o gerador de ozônio é instalado abaixo do nível do lago.  Nessa situação, quando a bomba do venturi ou o compressor de ar são desligados, a diferença de pressão faz com que a água do lago queira voltar pela mangueira do ozônio que se encontra mais baixo do que o lago. A válvula de retenção só permite a passagem por um sentido, impedindo assim que a água retorne por ela. 

Outra situação comum de retorno de água é quando existe algum registro após o venturi. Caso esse registro seja fechado com a bomba em funcionamento, a água será forçada a voltar pela mangueira do ozônio. Os venturis de qualidade possuem uma válvula de retenção interna e, caso ela venha a falhar, ainda teremos a válvula de retenção da mangueira do venturi que impedirá que a água entre no gerador. 

Utilize somente válvulas fabricadas especialmente para uso com ozônio. Elas são feitas com materiais que resistem a poderosa oxidação do gás ozônio.

5. Como fazer um “bypass” para o ozônio de lagos?

O “bypass”, que traduzido do inglês significa desvio, é uma peça utilizada na instalação do ozônio com venturi. Como vimos acima, o venturi é uma peça que internamente possui uma redução considerável em seu diâmetro de passagem da água. Com essa redução de diâmetro, a vazão da bomba também pode ser drasticamente reduzida. 

Com o intuito de minimizar esse problema de perda de vazão, um desvio na tubulação é feito, de forma a passar somente uma parte da água pelo venturi. A outra parte da água passa direto, sem sofrer a perda de vazão ocasionada pelo venturi. 

Peças necessárias para se fazer um bypass para o venturi do ozônio

Para se montar um bypass em uma tubulação de PVC de 50mm com um venturi de rosca de 1″, precisamos das seguintes peças de PVC marrom:

Faça a montagem conforme o desenho acima, lembrando sempre de lixar e passar solução limpadora nas peças antes de utilizar a cola de PVC. Isso irá garantir uma perfeita solda das conexões sem correr o risco de vazamentos na tubulação.

Para venturis ou tubulações de medidas diferentes das mostradas acima, utilize as conexões equivalentes às medidas existentes em seu projeto. 

Como regular o bypass corretamente?

Após o bypass montado e instalado na tubulação, a sua regulagem deverá ser feita de forma a otimizar o fluxo de água sem prejudicar a sucção do venturi. 

Para isso, em um primeiro momento, deixe o registro totalmente aberto. Com a bomba ligada, coloque o dedo na puxada do venturi e veja se percebe alguma sucção. Provavelmente nesse momento não haverá nenhuma sucção. Comece a fechar o registro lentamente e veja e o venturi começa a succionar.

A regulagem ideal é um equilíbrio entre o registro na posição mais aberta possível e o venturi com uma boa sucção. 

6. Como saber se estou usando muito ozônio na água do lago?

Medir o ozônio na água é uma tarefa que exige equipamentos especiais. Essa medição pode ser feita com medidores de ORP (potencial de oxirredução). Caso esteja utilizando um medidor de ORP, a medição não deve passar dos 400mV. 

A grande maioria dos lagos não possui um medidor de ORP para que esse controle mais preciso possa ser feito. Uma forma de identificar visualmente se o ozônio está em uma concentração acima do indicado é observando o comportamento dos peixes.

Caso os peixes fiquem todos parados, próximos a cascata e na superfície da água, temos um forte indicador de excesso de ozônio na água. Falta de apetite também pode ser um indicador. Em caso de observar um desses comportamentos, desligue o ozônio imediatamente. 

Alguns geradores de ozônio possuem um sistema de regulagem da geração. Isso pode ser uma grande vantagem para aumentar ou diminuir, de forma muito rápida e segura, a quantidade de ozônio que será produzida.  

Conclusão

Quando os geradores de ozônio são utilizados de forma correta e instalados de maneira a aumentar o tempo de contato do gás com a água, os resultados obtidos são realmente fantásticos. 

Caso esteja na dúvida se deve começar com um filtro UV ou com um ozônio, a minha recomendação é iniciar com o filtro UV. Essa escolha é devida principalmente a facilidade de instalação do filtro UV e de seus resultados muito rápidos e animadores.  O ozônio deve ser escolhido como um complemento da filtragem UV. Quando os dois equipamentos estão trabalhando juntos, os resultados chegam a ser surpreendentes. 

Isso não significar que o ozônio sozinho não pode ser utilizado. Existem diversos exemplos de lagos que utilizam o ozônio sem o UV e que conseguem resultados excelentes.

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