Muito conhecidas como algas azuis, as cianobactérias apresentam, ao mesmo tempo, características de algas e de bactérias. A característica que as assemelham as algas é a possibilidade de fazer fotossíntese e ao mesmo tempo são microorganismos procarióticos, ou seja, sua estrutura celular corresponde a célula de uma bactéria.
As cianobactérias podem ser o terror de muitos aquariofilistas. Esses microorganismos possuem uma grande flexibilidade a adaptações bioquímicas, fisiológicas, genéticas e reprodutivas o que garantem a perpetuação em ambientes aquáticos de água doce ou salgada. A facilidade com que elas conseguem se reproduzir e se adaptar vem de muito antigamente de períodos pré-cambriano e hoje, depois de mais de 3,5 bilhões de anos elas são um dos principais inimigos dos aquariofilistas.
Índice
Como identificar as cianobactérias ?
Nem todas as cianobactérias, apesar de serem conhecidas como algas azuis, apresentam a coloração azulada. Algumas apresentam a coloração verde azulada, verde escuro e verde brilhante. Possuem também, um cheiro muito forte de mofo e podem se fixar nas pedras, troncos, substratos, plantas e decoração. São muito comuns em aquários novos que ainda não estão estabilizados e normalmente começam a se proliferar a partir do solo e, posteriormente, se alastrando por todo o aquário.
Porque aparecem?
Normalmente, o aparecimento das cianobactérias denuncia que a água do aquário se encontra em condições abaixo das desejáveis. Filtros novos, pouca oxigenação, alta temperatura, baixa movimentação da água e acumulo de matéria orgânica. Esses podem ser fatores importantes para serem observados. A iluminação também pode ser um fator de cuidado e atenção. Tanto o excesso quanto a falta dela pode favorecer a formação das cianobactérias.
Como controlar?
A princípio, uma boa sifonagem e limpeza do filtro devem ser feitas, mas isso não vai resolver o problema a longo prazo. Trocas parciais de até 30% e o controle do excesso de iluminação deverão ser uma rotina enquanto as cianobactérias estiverem no aquário, isso sem esquecer de continuar sifonando em todas as trocas parciais e fazendo sempre a limpeza do filtro. Ao mesmo tempo, o máximo de cianobactérias devem ser removidas com as mãos ou utilizando o próprio sifão como instrumento.
Um aquário bem plantado, com plantas de crescimento rápido, pode ajudar a combater as cianobactérias. Essas plantas vão competir pelos mesmos nutrientes necessários para a proliferação das cianobactérias.
Tratamento de choque
Caso isso não resolva, um tratamento de choque sem a utilização de medicamentos poderá ser feito. No exterior, uma técnica muito difundida e pouco conhecida aqui no Brasil é a “3-day blackout” ou “apagão de 3 dias”. Nessa técnica é feita uma troca parcial de 30% a 40% da água e em seguida a iluminação é desligada. O aquário é coberto com um pano preto ou qualquer outro material que impossibilite a passagem da luz. O aquário deverá ficar nesse estado por 3 dias seguidos e logo após o final da aplicação dessa técnica, uma nova troca parcial deverá ser feita. As plantas não sofreram em nada com esse apagão, mas as algas deveram estar enfraquecidas o suficiente para serem exterminadas.
A utilização do esterilizador Cubos UV no tratamento e prevenção das cianobactérias é muito indicado. Porém, não consegue resolver o problema por completo. A radiação UVC conseguira acabar com a reprodução por esporos, mas nem todas cianobactérias se reproduzem dessa forma. Existem também cianobactérias que se reproduzem por divisão celular ou fragmentação.
Por isso a utilização do Filtro UV deverá ser feita em paralelo com todos os cuidados citados acima na prevenção desses terríveis microorganismos.
Caio Bianco é proprietário da Cubos, empresa especializada em desenvolvimento de tecnologia para lagos ornamentais.